Correio Popular Notícia




Violências são a terceira causa de morte no país
As causas externas são responsáveis pelo terceiro lugar no ranking de mortalidade no Brasil em 2006, perdendo apenas para doenças circulatórias e para os cânceres. No período de 1980 a 2006, o país registrou 2.824.093 óbitos por causas externas. Estes dados são do Saúde Brasil 2007, estudo do Ministério da Saúde que aborda as diferentes dimensões da violência no Brasil, como homicídios, acidentes, inclusive os de trânsito, suicídios e outras violências, em especial, a doméstica e a sexual. Dentre as mortes causadas pela violência em geral, os homicídios ocupam primeiro lugar, seguido dos graves acidentes de trânsito. HOMICÍDIOS - A recente diminuição do risco de morte de homicídios no Brasil caracteriza-se pela diminuição da taxa principalmente na região Sudeste, particularmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, houve uma diminuição da taxa nos municípios de 100 mil e mais habitantes, especialmente, nos de 500 mil e mais habitantes; diminuição das taxas nas faixas etárias com até 49 anos, de modo mais acentuado no grupo de 15 a 39 anos; e ainda redução do risco de homicídio na população branca. A Campanha do Estatuto do Desarmamento é associada a essa redução. Para Marta Silva, técnica da Coordenação de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis no Brasil/Departamento de Análise da Situação de Saúde (CGDANT/Dasis), o desarmamento é apenas um dos fatores da redução da taxa de homicídios no Brasil. ?Há várias hipóteses nesse sentido, como investimento maior em segurança pública, sobretudo no estado de São Paulo. Mas é importante destacar a migração da dinâmica da violência: ela está interiorizando e gerando outros tipos de violência em decorrência do crescimento desordenado das cidades do interior?. RISCO DE MORTE - O maior risco de morte por homicídio é no sexo masculino (92% dos homicídios) e por arma de fogo (70% dos homicídios). Entre as regiões, o Nordeste apresentou a maior taxa de homicídio total e por arma de fogo. ?Entre 1980 e 2003, tem-se uma série histórica onde a curva está sempre aumentando. Por causa da nossa cultura machista, o homem está mais exposto à violência, é mais intolerante, está mais vulnerável, não aceita desaforos, revida. Aqui há uma clara questão de gênero, dos papéis do que é ser homem. No caso da mulher, ela está mais vulnerável quando o assunto é violência doméstica?, explica a técnica. A região Norte apresentou a maior taxa por outros tipos de arma. A região Sul apresentou as menores taxas de homicídio total e por arma de fogo, enquanto o Sudeste apresentou as menores taxas por outros tipos de arma. Além da arma de fogo, o homicídio pode ser por arma branca (faca, peixeira, canivete) ou por outros meios, como asfixia, queimadura, envenenamento, estrangulamento, paulada etc. Os negros são as maiores vítimas de homicídios, apresentando as maiores taxas de homicídios em 2006, independente do sexo, região, porte populacional do município e tipo de arma. Estudos mostram que mesmo com níveis de escolaridade iguais, os negros morrem mais que os brancos. Ou seja, apesar do esforço em diminuir a diferença existente entre ambos com relação à classe social, renda e escolaridade, há por traz a questão racial?, enumera Marta. ...


Compartilhe com seus amigos:
 




www.correiopopular.com.br
é uma publicação pertencente à EMPRESA JORNALÍSTICA CP DE RONDÔNIA LTDA
2016 - Todos os direitos reservados
Contatos: redacao@correiopopular.net - comercial@correiopopular.com.br - cpredacao@uol.com.br
Telefone: 69-3421-6853.